quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Dia 55: 2001 - Terceiro Samba (Mestre Ambrósio)

O Disco de hoje vem de Pernambuco, da já extinta banda Mestre Ambrósio.

Terceiro Samba é o último disco produzido pela banda, onde a rabeca e a percussão são o fio condutor de toda a musicalidade desse disco.
Os maracatus (tanto de baque solto, baque virado e rural) o coco e samba entram de forma natural com letras poéticas que envolvem quem quiser escutar.

As músicas do disco são mescladas em tons introspectivos a animações, com o marcado regionalismo pernambucano.

Para mim, é muito marcante o maracatu "Sóis", onde o verso:
" Há bem mais sóis
Crestando entre as estrelas !"

O maracatu de baque virado ("Bojo da macaíba") fala do som que é proveniente da Alfaia com o bojo feito da árvore macaíba, que mantém o instrumento muito pesado, mas com um som incrivelmente distinto das outras alfaias.

Disco imprescindível em toda coleção musical.(AQUI)
Aproveitem!!


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dia 54: 2010 - Nos Quintais do Mundo (Dj Tudo & Gente de Todo Lugar)

O Disco de Hoje te apresenta o DJ Tudo, ou Alfredo Bello, ou Luiz Alfredo Coutinho Souto, é um grande artesão musical, especializado em costurar com criatividade e perfeição colchas de retalhos musicais. Um verdadeiro patchworker! Ele apareceu de relance aqui no Disco de Hoje no disco do Chico Corrêa, com a participação em Magangá. 

Neste album, "Nos quintais do Mundo" ou "My Community is Humanity", ele junta gente de todo lugar, gravando trechos separadamente, e produz uma verdadeira obra-prima de viola caipira, música africana, maracatu, forró, congado, bumba meu boi, reisado, repente e um montão de outras coisas. Realmente multicultural inclassificável.

Não vou me dar ao trabalho de chamar atenção à músicas específicas, porque o álbum é bom do começo ao fim e deve ser escutado na íntegra. Apenas chamo atenção para que o ouvinte dê uma breve navegada no site do produtor (http://www.selomundomelhor.org/), pois ali é possível ver vídeos de cada artista gravando sozinho as suas partes de cada música, e entender melhor os ingredientes utilizados na receita do disco. Ali também pode ser baixado gratuitamente as músicas deste disco, bem como seus outros trabalhos.

Deguste aí no tubius a versão ao vivo de "Baque Forte", a primeira música do album, ou adquira urgentemente O Disco de Hoje



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Dia 53: 1964 - O LP (Os Cobras)

O Disco de Hoje é um jazz de muitíssima qualidade, com o famoso gingado brasileiro. Sob o comando do trombone de Raul de Souza, "Os Cobras" possuem apenas este disco, que apresenta uma gravação exclusivamente instrumental de músicas de diversos autores. 

Muito difícil encontrar informações sobre o grupo, talvez devido à sua curta trajetória, e mais difícil ainda descrever. Mas o disco é virtuosismo do começo ao fim, com todos os instrumentos e ritmos "quebrados", bem característico da bossa jazz que se fazia naquela época.

Eu começaria ouvindo a segunda faixa, "Nanã", de Moacir Santos, que é empolgante, '"digerível" e com um refrão que gruda na cabeça. "Uganda" também é um espetáculo.

Dá uma degustada aí no tube ou adquira imediatamente O Disco de Hoje.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Dia 52: 2010 - Calavera (Guizado)


O Disco de Hoje é do trompetista Guilherme "Guizado" Mendonça, que junta eletrônico, jazz, batuques, manguebeat e rock neste genial trabalho. Alguns percebem claramente uma influência do Miles Davis em Bitches Brew (guardadas as devidas proporções), trompete gritando com eletrônico e rock, mas com a improvisação do jazz. Mas de fato o cara é muito bom. Seu trompete está presente nos últimos trabalhos do Nação Zumbi, Céu, Elza Soares, Maquinado, Curumim, entre outros. Mas nos seus discos solos que ele consegue se soltar e mostrar a que veio. "Calavera" tá bom de mais, bem arranjado, bem acompanhado.

Certamente, você não vai gostar na primeira ouvida. Estranho, desfocado, um tanto barulhento, perturbador. Ouça de novo, com mais carinho, com mais atenção. Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta.

"Girando" tem diversas transições, parece um monte de músicas fundidas, sobre uma letra onírica e bateria frenética. "Vendaval" já é mais suave, gostosa de ouvir, relaxante. "Asfalto Quente" e "Mais Além" já têm mais percursão e um estilo mais próximo dos novos trabalhos do Nação Zumbi. A música que dá nome ao disco, "Calavera" está realmente genial. "Maya" lembra não o Bitches Brew, mas o "Tributo to Jack Johnson".

Um gostinho de "Mais além", uma das minhas preferidas, no tubius ou adquira já O Disco de Hoje.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dia 51: 2012 - O Tempo Soa (quinhO)


O disco de hoje entrou na minha seleta no ano de seu lançamento. Demorei um tempo até começar a gostar do disco. É engraçado, como me dou ao trabalho da insistência, para dar condição aos meus ovidos em perceberem algo que o estranhamento me deixou sem prestar a devida atenção.
O disco não tem nada de extraordinário, mas é gostoso de ouvir.
O Cuidado com a produção e a simplicidade do som fez com que ele entrasse na seleta do dia, para brindar o vento nordeste que chega nervoso e rasgando. Para balancear, escolhi um disco tranquilo e de sonoridade agradável.
Fato que achei curioso é que o disco parece ter sido concebido para prensagem em vinil. Tem nitidamente um Lado A e um Lado B (divididas pela faixa título "O tempo Soa") que inclusive mantém comunicações diferentes.

Baixe o disco aqui: O tempo soa

Abaixo uma dose pílula de QuinhO

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dia 50: 2014 - Cavalo Motor (Makely Ka)


Com a mineiridade aflorada, o Disco de Ontem me apresentou O Disco de Hoje. Portanto, conheço Makely Ka há menos de 48 horas, e gostei muito. Para começar, ele é Mineiro, mas nascido no Piauí. Em segundo lugar, ciclista e cicloturista, pedalou 1600, percorrendo o trajeto de Riobaldo Tatarano em Grandes Sertões, para fazer este disco. Mineiro e ciclista, só pode ser coisa boa! No seu currículo, temos músicas gravadas por vários artistas, entre eles Alda Rezende, Titane, Ná Ozzetti, Estrela Leminsky, entre outros.

O disco é bom do começo ao fim. Me chamou a atenção principalmente "Da Idade da Terra", com sua percursão de marimbas de porcelana e de vidro, berimbau, caixa, violas, cuidadosamente arranjados, com poesia profunda e cheia de metáforas de mitologia grega. As cidades percorridas estão em "Itinerário Tatarama". "Roda da Fortuna", banjos e trombones, também arrepia o corpo inteiro.

O Disco de Hoje acaba de sair do forno e pode ser baixado gratuitamente (com cadastro) no site do músico, poeta, filósofo e ciclista. Abaixo o vídeo da produção do disco, bem bonito, mostrando lindas imagens dos sertões de Minas, interface do cerrado com a caatinga.

sábado, 2 de agosto de 2014

Dia 49: 2001 - Samba Solto (Alda Rezende)


O Disco de Hoje me leva para uma década atrás, quando eu recebi aqui no extremo sul do Brasil, por Correios, uma caixa cheinha de mineiridades. Entre muffins, queijo, pequenas amostras de cachaça, e palheiros Piracanjuba, veio dois CDs gravados, com lindas capas artesanais carinhosamente confeccionadas pela amiga que me enviou estas doces lembranças. Um deles era o "Samba Solto", da mineiríssima Alda Rezende.

Disco bem arranjado, lindo, tranquilo e gostoso de ouvir. "Insistência", do John Ulhoa (Pato Fu), tem um tem um montão de sonzinhos, uma percursão bem tocada, uma letra profunda. "O Cego" e "Menina dos Olhos D'água" chamam atenção pelo arranjo e beleza do cantar, com uma criativa percursão em água e participação da Ná Ozetti e Sérgio Pererê em "Menina".

Dá uma degustada aí no youtube ou agregue valor à sua discoteca baixando O Disco de Hoje.