sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dia 35: 1976 - Casa Encantada (O Terço)


Esse disco é de um excelente rock brasileiro progressivo. Misturando o rock progressivo com música brasileira de forma bastante peculiar ainda durante a década de 70.

Muitos que gostam de O Terço, endeusam o disco Criaturas da Noite, que por um acaso da minha seleta, acabou não sendo o disco de hoje.

A Casa Encantada, não é um disco fácil de escutar, concordo! Mas como escuto ele há tempo, acho genial a mistura percussiva em toques ilustrativos, sem muitos tambores ou couros e lógico o teclado psicodélico nessa fase do Flávio Venturini.  A banda ao se aproximar de Sá e Guarabira, fundiram-se ao "Rock Rural", com algumas pitadas perceptíveis nesse disco. Em uma próxima postagem podemos falar mais disso, com verdadeiros representantes do tema.

Mas to falando isso tudo, por conta do disco de hoje. A banda resolveu morar em uma casa de fazenda, que chamavam de Casa Encantada. Lá foram compostas todas as músicas do disco, com arranjos de metais de Rogério Duprat e participações ilustres como a do flautista Cezar de Mercês na faixa "Casa Encantada". A banda tinha como representantes: Sérgio Hinds na guitarra, Magrão no baixo, Luiz Moreno na bateria e Fávio Venturini nos teclados. Flávio Venturini compôs outras diversas músicas que acabaram não entrando nesse disco, mas para quem quiser ir atrás vale à pena saciar a curiosidade.

A última faixa "Pássaro" ainda com participação de Sá Rodrix e Guarabira, fecha o disco com excelente bom tom.

Aproveita aí! ou pesca na rede!

terça-feira, 24 de junho de 2014

Dia 34: 1972 - Transa (Caetano Veloso)

É o disco de MPB mais rock n` roll de todos. Foi a frase do baixista do Festim Circense, meu amigo Alan Delay, ao ser apresentado a essa obra prima!

Caetano, durante seu exílio em Londres, aproveitou para pinçar as referências do rock e colocar rebeldia no seu saudosismo.
Em 1972 o disco foi lançado no Brasil, com um encarte muito doido, preto com vermelho e cheio de abas... Lembro de escutar esse disco a toda hora na casaberta, um sebo de Itajaí que trabalhei por bons anos quando muleque.

O disco é todo arranjado por Jards Macalé e mais uma galera, que deixam a psicodelia e o tom progressivo bastante evidente nas referências Brasil principalmente às da Bahia. As linhas de Baixo são geniais.

O disco começa com You don't know me, depois Nine Out of Ten, com um reggae-rock progressivo do começo ao fim. Depois segue para Triste Bahia, que vira uma quebradeira só. It's a long Way, Mora na Filosofia que foi composta por Monsueto Menezes e Arnaldo Passos) segue para Neolithic Man e termina com Nostalgia, onde a frase ressoa: "That's What Rock'n Roll Is All About".

escuta aí! ou adicione à coleção.

domingo, 22 de junho de 2014

Dia 33: 2007 - Satolep Sambatown (Vítor Ramil + Marcos Suzano)


Gaúchos e gaúchas de todas as querências, me desculpem, mas eu não sou muito fã do Vítor Ramil. Mas no Disco de Hoje, com a parceria com o grande percussionista Marcos Suzano, eles produziram uma obra prima. Na capa aparece Vitor Ramil + Marcos Suzano, mas eu acho que o operador matemático correto seria um exponencial, ou, no mínimo, multiplicação.

Todas as músicas são do Vítor Ramil, mas o Suzano coloca mais do que percussão na obra, coloca um contra-ponto, a contradição. Já no título temos um indicador desta a contradição: Satolep (Pelotas) Sambatown (Rio de Janeiro). Se apropriando das palavras de outro blogueiro, temos nesta obra o intimista e o expansivo. O frio e o calor. A poesia e o ritmo. A suavidade e a aspereza.

"Que horas não são?" conta com o vocal de Kátia B, linda e suave. Em "O copo e a tempestade" Suzano mostra a que veio, tocando seu instrumento predileto (pandeiro) de uma forma que só ele faz, com a técnica invertida. "12 segundos de oscuridad", com a participação do uruguaio Jorge Drexler, tem poesia muito interessante, e só com esta música fui perceber que não é a luz dos faróis que guia os navios, e sim o tempo que fica apagado, que é o que identifica o farol. "Café da manhã" é uma das minhas favoritas, fazendo poesia com coisas simples e corriqueiras, arranjos suaves, mas parece que vai explodir a qualquer momento.

Ouça uma provinha aí abaixo, ou abaixe o Disco de Hoje.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Dia 32: 2006 - Ao Vivo no Teatro Municipal (Alma do Gato)


Fazia bastante tempo que não ouvia o Alma do Gato, banda que foi crucial na minha trajetória e formação Cassineira. A banda de jazz fusionado a la brasileira tinha como coração os guitarristas Carlos Garcia (base) e Maurício Cunha (solo). Acompanhei a trajetória da banda desde os tempos em que se chamavam "Piranhas Verdes" (!?), com shows no extinto Floresta. Devo a eles o excepcional show que fez do meu casamento uma das melhores festas que o Cassino já viu.

No Disco de Hoje, eles estão muito bem acompanhados por dois grandes músicos riograndinos, Edinho Galhardi (bateria) e Gilnei Oliveira (baixo). Esta gravação ao vivo (o que traz alguns probleminhas técnicos de gravação) no Teatro Municipal de Rio Grande começa bem tranquila com "Só passando na chuva", vassourinha na bateria, guitarra solo bem limpinha (como marca do Maurício). Depois temos uma série de excelentes músicas compostas com inspiração em grandes nomes do jazz: "Miles", "Mr. Montgomery", "The Monks", "Bola Sete", "Sabog" (Gabor Szabo?). Uma história interessante sobre "Bola Sete" (uma das minhas preferidas, com seu ritmo todo quebrado) é que eu sempre gritava nos shows pedindo esta música, mas nem todos os bateristas podiam tocá-la.

"RS-734" mistura samba com viradas quebradas de jazz. Temos ainda "Joana", neste disco apenas instrumental, mas que tem uma letra muito divertida. Para fechar o show, temos a empolgante "Eric Blues", que faz o ouvinte voltar para casa, tranquilo, com a alma lavada de boa música.

Infelizmente, a banda foi extinta há alguns anos, deixando como legado algumas gravações de shows, na forma de audio e vídeo (DVD), bem difíceis (impossíveis!) de encontrar. Mas tenho a esperança de, quem sabe um dia, acontecer um "Reunion" do Alma do Gato...

Assista um pouquinho no tubius ou aprecie o Disco de Hoje. Ouça do começo ao fim!

sábado, 14 de junho de 2014

Dia 31: 2006 - Super Duper (Trash Pour 4)



Como o título do album mesmo diz, o Disco de Hoje é super mega alegrinho. "Super Duper" é o segundo album do quarteto "Trash Pour 4" um quarteto paulista que baseia sua produção na reciclagem de grandes sucessos nacionais e internacionais. Portanto, o Disco de Hoje é só de "covers"? Não sei se podemos chamar de "cover" a completa transformação descompromissada que o "Trash Pour 4" faz nas músicas. E com execução instrumental bonita e bem arranjada, com baixo, teclado, bandolim, violino, guitarra e uma baterista (mulher, oba!), com o vocal suave de Natália Mallo.

E a seleção musical... "Lithium" do Nirvana, ganha uma versão num chorinho, bem calminho, bem gostoso de escutar. "Whats Up" do Guns N' Roses super prá cima. O que mais me impressiona foi o que fizeram com "Geni e o Zepelin", onde já se viu cantar "ela dominou seu asco, ele fez tanta sujeira, lambuzou-se a noite inteira até ficar saciado" de uma forma tão alegre? A música acaba contradizendo a letra, e parece cantar sob o ponto de vista dos cidadãos do "cidade", não da "Geni", como eu estava acostumado pelo Chico Buarque. Temos dois grandes sucessos da "Madonna", "Like a Virgin" e "Careless Whisper", "Fala" do "Secos e Molhados" e "Is This Love" do Bob Marley totalmente reconstruídos. Tem também umas três músicas que eu acho bem chatas, mas o disco vale a pena.

Se ler o capítulo anterior já confunde o cérebro (como juntar tudo isso num Álbum?), imagina a confusão da forma como é tocada?

Então, entubia o Nirvana aí, ou abaixe o Disco de Hoje.


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Dia 30: 1975 - Casa de Rock (Casa das Máquinas)


Esse é o terceiro disco da grande banda Casa das Máquinas.
Ganhei esse disco no Sebo que trabalhei ainda com 13 anos. Lembro que fiquei espantado quando eu vi um disco lisinho, de tanto ter sido escutado. De tanto que a agulha raspou as faixas, foi ficando liso.
É legal imaginar as histórias por detrás de um disco... das tantas pessoas e vezes que ele foi tocado.
Tenho ele guardado pra olhar e um outro para poder escutar!
A guitarra começa quebrando tudo... com Casa de Rock.
Como os clássicos discos de rock setentista, as baladas faziam parte da obra. Esse disco não foge da receita, e com "Certo sim seu errado", "Mania de ser" e outras de pegadinha mais leve permeiam os rocks progressivos de "Dr. medo", "Stress", etc.

Vale ressaltar que a banda está renovada e vem quebrando tudo em shows, empolgando sempre o público.
Vale um conferes na página dos caras Aqui

Casa de Rock é meu disco de hoje. Daqueles dias em que se quer dizer mais coisas, que só o rock pode dizer...

Aproveitem!
"Me disseram que devagar eu chego láááá!!"

Curte no "tubius" como o diz o GanTi, ou baixa aí!


Dia 29: Ian (Ian Ramil)


Havia baixado o Disco de Hoje há algum tempo, mas demorei para ouví-lo pela primeira vez. Hoje calhou, e Ian Ramil entra para a seleta lista do Disco de Hoje. Já conhecia o filho do Vítor Ramil através da sua parceria na composição de algumas das ótimas músicas do Apanhador Só (Nescafé, Despirocar, Rota, Um Rei e um Zé).

Este é o primeiro disco do Ian, tranquilo, bem produzido, limpo e diferente. Começa com a interessante "Segue o Bloco", que tem um belíssimo trecho de sax e arranjos criativos. "Zero e Um" tem transições marcantes, parece um mosaico de várias músicas, com um alto grau de entropia, múltiplos instrumentos, excelente e arrepiante música. Algumas músicas parecem brincadeiras, como "Seis Patinhos" e "Pelicano". Temos ainda excelentes versões de "Nescafé" (com homenagens aos Beatles) e "Rota", que transformam radicalmente as músicas lançadas antes pelo "Apanhador Só". Ainda gostei bastante de "Hamburguer", que parece bastante com o tal do rock clássico americano, e "Entre o Cume e o Pé". "Transe" é linda e apaixonante.

O disco e encartes podem ser baixados gratuitamente no site do músico (http://www.ianramil.com/), mas não se esqueça de contribuir com qualquer quantia.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Dia 28: Fruto Proibido (Rita Lee e Tutti Frutti)


O Disco de Hoje é um clássico rock'n'roll nacional. Quebradeira, guitarras gritando, bateria limpa e frenética, baixo forte e marcante, voz e letras de Rita Lee em sua melhor fase, depois da saída dos Mutantes. Mais um das listas de melhor disco nacional. 

Comprei o vinil em um sebo, e, infelizmente, tem um suspeito buraco de queimado bem no meio da excelente "Agora só falta você", em sua primeira versão. Tem um belo blues em "Cartão Postal" e a divertida e empolgante "Esse tal de Roque Enrow", com suas diversas quebras de ritmo. Clássicas como "Ovelha Negra" e "Luz del Fuego" também apareceram neste disco pela primeira vez. A minha preferida deste disco é "O Toque", que tem trechos de flauta a la Jethro Tull.

Ouça no tubius ou adquira o album.


domingo, 8 de junho de 2014

Dia 27: 1975 - Racional Vol. 1 (Tim Maia)


O Disco de Hoje é funk, soul e lavagem cerebral. Racional Vol. 1 consta como um dos melhores discos nacionais em qualquer lista que se preze. Do começo ao fim, Tim Maia tentará te convencer a ler o livro "Universo em Desencanto" e se converter à "Cultura Racional", tanto que, quando ele se descobriu engodado, tirou o disco de circulação. 

A lavagem cerebral você pode perceber nesta wordcloud que preparei, que representa o tamanho das palavras de acordo com o número de vezes que apareceu nas letras do disco. Obviamente, "livro", "racional", "leia" e "desencanto" são palavras repetidas ao longo de todo o disco.



Bem, deixando de lado as questões "religiosas" ("não é história, não é doutrina, não é ciência, seita ou religião") os dois volumes Racional  apresentam uma sonzera única, contagiante, dançante e inigualável. É, na minha opinião, o apogeu da carreira de Tim Maia.

"Rational Culture" por si só, com seus 12 minutos de funk quebraceira, já vale o Disco de Hoje. Ainda temos "Ela Partiu", "Imunizaço Racional (Que Beleza)" e um monte de coisa boa.

Portanto, "Don't waste your time, read the book" e ouça o album completo.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Dia 26: 1970 - A Bad Donato (João Donato)

O Disco de Hoje é do grande pianista João Donato.

Gravado em 1970 com aquela pegadinha tecladinhos moog e mesclando um ar MPB com jazz meio fusion.
Nessa época Donato estava morando nas gringas e muito à vontade nas suas misturas afro beat com algo bem brasil e jazz.
O disco é permeado pela participação de uma orquestra, onde participa também o músico Deodato (outro gênio da música brasileira), que dá um toque nas baladinhas e nas pegadas desse disco.
Como escuto esse disco já há muito tempo, e hora ou outra ele é o meu disco do dia, não me causa mais tanto estranhamento; mas dê sua vez para escutá-lo também!
Minha faixa predileta é a (4) Lunar Tune, onde um groove Brasil é bem marcado, nas percussões e rítmicas das teclas, mas não se deixe apressar para escolher a sua também. Deguste o album do início ao fim!
Até mais, Malandro (que é também a última faixa desse disco).

Escuta aí!