segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Dia 62: Seleção para a Festa do Porco (Tiago Gandra)

O Disco de Hoje não é um disco, e sim uma playlist que preparei para uma parte da Festa do Porco (FDP 2014). Esta tradicional festa acontece há mais de uma década anualmente no Cassino e serve para reunir por 3 dias a comunidade oceanográfica daqui, bem como trazer os oceanólogos que se espalharam pelo mundo. O bacana é que, na verdade, são muitas festas dentro de uma só.

Esta seleção tem um montão de coisa boa e animada, algumas que já passaram aqui pelo Disco de Hoje. Começamos com uma breve introdução, passando pelo ska e reggae, afrobeat, manguebeat, samba, chegando no final a uns forrozinhos de alta qualidade, que serviriam para preparar o solo para o Bando de Coirana.

É possível adquirir aqui o Disco de Hoje. Espero que vocês curtam. Eu curti.



Execução Música
1 Eumir Deodato Also Sprach Zarathrusta
2 Anelis Assumpção Cê tá com tempo
3 Sonantes Defenestrando
4 Mundo Livre SA Embustation
5 Graveola Babulina's trip
6 Bob Marley Concrete Jungle
7 The Skatalites James Bond Theme
8 Pequena Morte Xamorrê
9 Anelis Assumpção Inconcluso
10 Curumi Vestido de Prata
11 Criolo Mariô
12 Os Mutantes Bat Macumba
13 Planet Hemp Não compre plante
14 Abayomi Afrobeat Orquestra Malunguinho
15 Iconili Mulato
16 Bixiga 70 Tigre
17 Abayomi Afrobeat Orquestra Obatala
18 Dj Tudo Afro Jam
19 Metá Metá Man Feriman
20 Chico Science e Nação Zumbi Macô
21 Tom Zé Xiquexique
22 Chico Science e Nação Zumbi Baião Ambiental
23 Tom Zé Ogodô, Ano 2000
24 Marku Ribas O mar não tem cabelo
25 André Abujamra Tem luz na cauda da flecha
26 Erasmos Carlos De noite, na cama
27 Afrobombas De sal e sol
28 Tim Maia Energia Racional
29 Tim Maia Rational Culture
30 Airto Moreira Ritmo do Mundo
31 Nação Zumbi Carnaval
32 Mundo Livre SA O africano e o ariano
33 Pequena Morte Bom!
34 Airto Moreira Celebration Suit
35 Bid Não para
36 André Bourgois Falador passa mal
37 Chico Science e Nação Zumbi Lixo do mangue
38 Metá Metá Cobra rasteira
39 Chico Science e Nação Zumbi Maracatu Atômico
40 Dj Tudo Que bela macumba
41 Karnak Espinho na roseira
42 Tom Zé Pisa na fulô
43 Karnak Eu só quero um xodó
44 Geraldo Azevedo Taxi Lunar
45 Caetano Veloso Cajuína
46 Rastapé Heroína
47 Rastapé Espumas ao vento
48 Zeca Baleiro Essas emoções

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Dia 61: 2012 - Etiópia (Sambanzo)


Thiago França já apareceu (embora escondidinho) diversas vezes aqui no Disco de Hoje. Participa ativamente do Metá Metá de Kiko Dinucci, e do psicodélico e quase indigesto Marginals. O saxofonista ainda acompanhou as feras Criolo, Céu, e Romulo Froés em outros trabalhos.

Neste excelente e lisérgico disco, seu saxofone grita à frente de uma sonzera empolgante e festiva. Com o baixo frenético de Marcelo Cabral, marcando a cadência, muita percursão, bateria toda quebrada e guitarra de Kiko Dinucci, é um disco de ouvir de cabo à rabo e escolher algumas para o ápice de uma boa festa.

"Etiópia", a música que dá nome ao disco, foi a primeira que eu escutei, dentro de uma excelente coletânea prá fazer gringo feliz chamada "Daora: Underground Sounds of Urban Brasil", que me foi apresentada por uma amiga de Malta (thanks Sarah). Dali, fui buscar outros trabalhos da banda e tive a grata surpresa de ver que o Thiago França disponibiliza gratuitamente no seu site muito do que já fez. Vale visitar e baixar e ouvir TUDO.

Dá uma degustada ao vivo aí no tubius ou faça uma visitinha em http://thiagofrancaoficial.blogspot.com.br/ e adquira esta e outras jóias.






sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Dia 60: 2014 - Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários (Anelis Assumpção)


O Disco de Hoje surgiu do disco de ontem, a belíssima homenagem à Péricles Cavalcanti. Eu já havia ouvido alguma coisa da Anelis Assumpção, junto com o BiD e no DonaZica, me apresentado aqui pelo companheiro de Blog Arnaldo Russo. Mas só agora adquiri um album completo da moça, que tem o sangue, formação e capital cultural herdado do seu pai, o grande vanguardista Itamar Assumpção, um homem certamente à frente do seu tempo.

O Disco de Hoje é belo, prá cima, bem arranjado, cheio de brincadeiras geniais com palavras e poesia. Resumindo, bão dimais da conta. Tem reggae e ska, tem rock, tem rap, tem MPB (se é que MPB ainda pode ser considerado um tipo musical). Bem boa a faixa "Inconcluso", com solos de guitarra bem limpinha, trombone bunitasso do Edy Trombone. "Song to Rosa" tem a participação da minha queridinha Céu, com uma transição de rock prá reggae...

Não perca seu tempo e abaixe imediatamente e gratuitamente O Disco de Hoje no site oficial da cantora ou dá uma degustada no tubius.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Dia 60: Mulheres de Péricles (Várias Artistas)

Aponto no Disco de Hoje minha ignorância musical ao confessar que apenas conhecia Péricles Cavalcanti de nome e nunca tinha associado a música à pessoa. Conhecia diversas músicas dele, principalmente na voz do Arnaldo Antunes ("Eva e Eu" e "Nossa Bagdá") e Caetano ("Negro Amor" e "Elegia"), sempre atribuindo estas canções às vozes que me apresentaram.
Daí, agora, saindo do forno, esta obra de arte musical, poética e visual me é presenteada gratuitamente apresentando outras composições lindíssimas deste cara, cantado e "abençoado pelas novas meninas do Brasil" (CéU, Karina Buhr, Juliana Perdigão, Blubell, Tiê, Anelis e Serena Assumpção e outras lindonas). 
Destaco a excelente versão de "Negro Amor", que por sua vez é uma versão de "It's all over now, Babe Blue" do Dylan, que eu já tinha ouvido com Belchior e com Humberto Gessinger. Mas nunca tão bem como com a Karina Buhr nesta versão. Sou suspeito para destacar a Céu em "Blues" pela paixão que tenho pela mocinha. Gostei um montão de "Clariô", com Marietta Vidal e Mairah Rocha.
Além do mais, o disco é uma trilha para buscar outros trabalhos dessas novas vozes.
Então desfrute o site lindo, cheio de desenhos e baixe o disco oficialmente em http://www.mulheresdepericles.com/.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dia 59: 2014 - Rafael Morais Ao Vivo no Mojo (Rafael Morais Trio)



É com grande satisfação que apresento um material novo, que tive o prazer de ter sido apresentado.

Rafael Morais vem fazendo um som muito bonito, com vibração e muita dedicação nos arranjos muito bem ponderados.
O EP foi todo gravado ao vivo, claro que depois de um tanto de ensaios e pré-produções e com arranjos de metais do Grande músico Rafael Montorfano.

A influência meio dub/reggae já pode ser curtida logo na primeira faixa do disco e as rítimicas brazucas seguem com levadas cadenciadas nas demais faixas, com caixas rufadas, fazendo alusão ao bom maracatu.

O tom circense e de festa vem na quinta faixa - Picadeiro.
Daqui pro final o disco vem com um ar mais sereno, em Quis (sexta faixa) e Calma (sétima faixa).

Deguste o disco, ou baixe as músicas que quiser no próprio SoundCloud.
Música Livre e de qualidade!


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Dia 58: 2008 - Sonantes (Sonantes)


O Disco de Hoje é único e efêmero. Um juntamento de amigos que moram em um mesmo condomínio em São Paulo resultou nesta linda obra. Os amigos são CéU, Gui e Rica Amabis, Dengue e Pupilo (Nação Zumbi), com participações especiais de mais uma moçada de peso.

Curioso que até hoje eu pensasse que era um disco de apenas 4 músicas e mesmo assim ia colocar como o Disco de Hoje. Quando fui pesquisar, fui agraciado pela surpresa de mais 6 músicas e fiquei feliz demais.

Destaque para "Marimbó", num suingue delicioso enfeitado pela voz da CéU e para a instrumental "Looks like to kill", tema de aventura. A tranquilidade em idioma que parece africano em "Itapeva" é demais também.

Dá uma degustada aí no tube ou adquira imediatamente o Disco de Hoje.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dia 57: 2001 Chão (Lenine)


Um pouco mais do mestre Lenine, que retorna aqui no Disco de Hoje.
Co-produzido com seu filho Bruno Giorgi, mantém linhas musicais e rítmicas, se sequer tocar em uma pele de tambor, nem bateria.

Disco genial, cheio de samplers e efeitos eletrônicos, mas balanceado com as alfinetadas da voz do Lenine.
A presença marcante de elementos do cotidiano (a entrada com o andar sobre as britas) que me faz lembrar alguém que se dá conta de que esqueceu algo, logo após sair de casa e retorna numa corrida... isso segue em loop até que vem ele!
Chão....
Chega perto do céu
Quando você levanta a cabeça e tira o chapéu
Como quem saudando o ouvinte!
Lenine é Genial!

e a segunda faixa segue para "Se não for amor Eu Cegue", com o coração batendo num fundo durante toda a música, e o baixo fazendo a cama, para a guitarra virar uma bateria eletrônica, com adornos percussivos, dando o toque brasil na Música concreta que lenine traz aqui nesse disco.

O disco segue até que chega em "Envergo mais não quebro" que é pra quebrar tudo!!
... escuta logo aí!
Dolôdi dele no link

Uma amostrinha de "Chão"



sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Dia 56: 2013 - Bixiga 70 (Bixiga70)





O Disco de Hoje vem tentar compensar o longo período sem novidades musicais aqui neste blog. A big band Bixiga 70 é composta, segundo eles próprios, por "dez músicos que buscam estreitar os laços entre o passado e o futuro através de uma leitura da música cosmopolita de países como Gana e Nigéria, dos tambores dos terreiros, da música malinké, da psicodelia, do dub e de uma atitude despretensiosa e sem limites para o improviso e a dança". Numa tentativa de classificar e juntar com minhas referências musicais, lembra-me Fela Kuti.

Muita percursão, sopros frenéticos, ritmo alucinante e dançante, este segundo album da banda surpreende e merece muito ser escutado. Destaque para "Retirantes" e "Deixa a Gira Girá", que são músicas que realmente me fazem pular e dançar mesmo sentado nesta cadeira. Mais informações no site da banda: http://www.bixiga70.com.br/

Adicione empolgação no seu dia ouvindo ou adquirindo imediatamente O Disco de Hoje.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Dia 55: 2001 - Terceiro Samba (Mestre Ambrósio)

O Disco de hoje vem de Pernambuco, da já extinta banda Mestre Ambrósio.

Terceiro Samba é o último disco produzido pela banda, onde a rabeca e a percussão são o fio condutor de toda a musicalidade desse disco.
Os maracatus (tanto de baque solto, baque virado e rural) o coco e samba entram de forma natural com letras poéticas que envolvem quem quiser escutar.

As músicas do disco são mescladas em tons introspectivos a animações, com o marcado regionalismo pernambucano.

Para mim, é muito marcante o maracatu "Sóis", onde o verso:
" Há bem mais sóis
Crestando entre as estrelas !"

O maracatu de baque virado ("Bojo da macaíba") fala do som que é proveniente da Alfaia com o bojo feito da árvore macaíba, que mantém o instrumento muito pesado, mas com um som incrivelmente distinto das outras alfaias.

Disco imprescindível em toda coleção musical.(AQUI)
Aproveitem!!


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dia 54: 2010 - Nos Quintais do Mundo (Dj Tudo & Gente de Todo Lugar)

O Disco de Hoje te apresenta o DJ Tudo, ou Alfredo Bello, ou Luiz Alfredo Coutinho Souto, é um grande artesão musical, especializado em costurar com criatividade e perfeição colchas de retalhos musicais. Um verdadeiro patchworker! Ele apareceu de relance aqui no Disco de Hoje no disco do Chico Corrêa, com a participação em Magangá. 

Neste album, "Nos quintais do Mundo" ou "My Community is Humanity", ele junta gente de todo lugar, gravando trechos separadamente, e produz uma verdadeira obra-prima de viola caipira, música africana, maracatu, forró, congado, bumba meu boi, reisado, repente e um montão de outras coisas. Realmente multicultural inclassificável.

Não vou me dar ao trabalho de chamar atenção à músicas específicas, porque o álbum é bom do começo ao fim e deve ser escutado na íntegra. Apenas chamo atenção para que o ouvinte dê uma breve navegada no site do produtor (http://www.selomundomelhor.org/), pois ali é possível ver vídeos de cada artista gravando sozinho as suas partes de cada música, e entender melhor os ingredientes utilizados na receita do disco. Ali também pode ser baixado gratuitamente as músicas deste disco, bem como seus outros trabalhos.

Deguste aí no tubius a versão ao vivo de "Baque Forte", a primeira música do album, ou adquira urgentemente O Disco de Hoje



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Dia 53: 1964 - O LP (Os Cobras)

O Disco de Hoje é um jazz de muitíssima qualidade, com o famoso gingado brasileiro. Sob o comando do trombone de Raul de Souza, "Os Cobras" possuem apenas este disco, que apresenta uma gravação exclusivamente instrumental de músicas de diversos autores. 

Muito difícil encontrar informações sobre o grupo, talvez devido à sua curta trajetória, e mais difícil ainda descrever. Mas o disco é virtuosismo do começo ao fim, com todos os instrumentos e ritmos "quebrados", bem característico da bossa jazz que se fazia naquela época.

Eu começaria ouvindo a segunda faixa, "Nanã", de Moacir Santos, que é empolgante, '"digerível" e com um refrão que gruda na cabeça. "Uganda" também é um espetáculo.

Dá uma degustada aí no tube ou adquira imediatamente O Disco de Hoje.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Dia 52: 2010 - Calavera (Guizado)


O Disco de Hoje é do trompetista Guilherme "Guizado" Mendonça, que junta eletrônico, jazz, batuques, manguebeat e rock neste genial trabalho. Alguns percebem claramente uma influência do Miles Davis em Bitches Brew (guardadas as devidas proporções), trompete gritando com eletrônico e rock, mas com a improvisação do jazz. Mas de fato o cara é muito bom. Seu trompete está presente nos últimos trabalhos do Nação Zumbi, Céu, Elza Soares, Maquinado, Curumim, entre outros. Mas nos seus discos solos que ele consegue se soltar e mostrar a que veio. "Calavera" tá bom de mais, bem arranjado, bem acompanhado.

Certamente, você não vai gostar na primeira ouvida. Estranho, desfocado, um tanto barulhento, perturbador. Ouça de novo, com mais carinho, com mais atenção. Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta.

"Girando" tem diversas transições, parece um monte de músicas fundidas, sobre uma letra onírica e bateria frenética. "Vendaval" já é mais suave, gostosa de ouvir, relaxante. "Asfalto Quente" e "Mais Além" já têm mais percursão e um estilo mais próximo dos novos trabalhos do Nação Zumbi. A música que dá nome ao disco, "Calavera" está realmente genial. "Maya" lembra não o Bitches Brew, mas o "Tributo to Jack Johnson".

Um gostinho de "Mais além", uma das minhas preferidas, no tubius ou adquira já O Disco de Hoje.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dia 51: 2012 - O Tempo Soa (quinhO)


O disco de hoje entrou na minha seleta no ano de seu lançamento. Demorei um tempo até começar a gostar do disco. É engraçado, como me dou ao trabalho da insistência, para dar condição aos meus ovidos em perceberem algo que o estranhamento me deixou sem prestar a devida atenção.
O disco não tem nada de extraordinário, mas é gostoso de ouvir.
O Cuidado com a produção e a simplicidade do som fez com que ele entrasse na seleta do dia, para brindar o vento nordeste que chega nervoso e rasgando. Para balancear, escolhi um disco tranquilo e de sonoridade agradável.
Fato que achei curioso é que o disco parece ter sido concebido para prensagem em vinil. Tem nitidamente um Lado A e um Lado B (divididas pela faixa título "O tempo Soa") que inclusive mantém comunicações diferentes.

Baixe o disco aqui: O tempo soa

Abaixo uma dose pílula de QuinhO

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dia 50: 2014 - Cavalo Motor (Makely Ka)


Com a mineiridade aflorada, o Disco de Ontem me apresentou O Disco de Hoje. Portanto, conheço Makely Ka há menos de 48 horas, e gostei muito. Para começar, ele é Mineiro, mas nascido no Piauí. Em segundo lugar, ciclista e cicloturista, pedalou 1600, percorrendo o trajeto de Riobaldo Tatarano em Grandes Sertões, para fazer este disco. Mineiro e ciclista, só pode ser coisa boa! No seu currículo, temos músicas gravadas por vários artistas, entre eles Alda Rezende, Titane, Ná Ozzetti, Estrela Leminsky, entre outros.

O disco é bom do começo ao fim. Me chamou a atenção principalmente "Da Idade da Terra", com sua percursão de marimbas de porcelana e de vidro, berimbau, caixa, violas, cuidadosamente arranjados, com poesia profunda e cheia de metáforas de mitologia grega. As cidades percorridas estão em "Itinerário Tatarama". "Roda da Fortuna", banjos e trombones, também arrepia o corpo inteiro.

O Disco de Hoje acaba de sair do forno e pode ser baixado gratuitamente (com cadastro) no site do músico, poeta, filósofo e ciclista. Abaixo o vídeo da produção do disco, bem bonito, mostrando lindas imagens dos sertões de Minas, interface do cerrado com a caatinga.

sábado, 2 de agosto de 2014

Dia 49: 2001 - Samba Solto (Alda Rezende)


O Disco de Hoje me leva para uma década atrás, quando eu recebi aqui no extremo sul do Brasil, por Correios, uma caixa cheinha de mineiridades. Entre muffins, queijo, pequenas amostras de cachaça, e palheiros Piracanjuba, veio dois CDs gravados, com lindas capas artesanais carinhosamente confeccionadas pela amiga que me enviou estas doces lembranças. Um deles era o "Samba Solto", da mineiríssima Alda Rezende.

Disco bem arranjado, lindo, tranquilo e gostoso de ouvir. "Insistência", do John Ulhoa (Pato Fu), tem um tem um montão de sonzinhos, uma percursão bem tocada, uma letra profunda. "O Cego" e "Menina dos Olhos D'água" chamam atenção pelo arranjo e beleza do cantar, com uma criativa percursão em água e participação da Ná Ozetti e Sérgio Pererê em "Menina".

Dá uma degustada aí no youtube ou agregue valor à sua discoteca baixando O Disco de Hoje.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Dia 48: 1967 - Quarteto Novo (Quarteto Novo)


O Disco de Hoje é Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Heraldo do Monte e Theo de Barros em suas primeiras florescências. A maioria das músicas é do grande compositor Geraldo Vandré. Preciso dizer mais alguma coisa?

Só sei que fizeram em 1967 um som que continua tinindo de novo.

Escute ou abaixe o Disco de Hoje.

Dia 47: 1983 - Nas Manhãs do Sul do Mundo (Expresso Rural)


Ontem após uma deliciosa conversa sobre Santa Catarina, veio à mente o saudoso disco do Expreso Rural (Nas manhãs do sul do mundo), que foi o primeiro disco da banda.

Banda de Florianópolis, que surgiu fazendo um rock rural, certamente com influência dos mineiros e do movimento rock rural de O Terço  e do movimento proporcionado por Sá e Guarabira já na década de 70.

Esse disco apresenta um rock fácil de escutar, mas com muita melodia no trio de vocais.
Uma história curiosa é que mesmo em 83, a censura ainda pegava forte, e no disco de vinil, ele foi obrigado a ser vendido lacrado, por conta da música "flodoardo", que fala de um sapinho maconheiro. Como o disco havia sido gravado de forma analógica em 16 canais, algumas partes da música foram alteradas eletronicamente.

O disco tem uma história bem bonita, com a inclusão de uma música instrumental intitulada "Revoada" que para mim é muito marcante. O disco começa agitado e vai se acalmando para culminar na faixa título do disco, que virou um grande sucesso dos anos oitenta, principalmente pra moçada de Santa Catarina.

Se você ainda não conhece Expresso Rural, tenha o prazer de descobrir algo "novo", pois foi até relançado em 2007 com edição remasterizada desse disco de 1983.


Adquira ele aqui!

Abaixo tem um pequeno clip da música cesnurada (que está inclusa em versão original no link disponível)

terça-feira, 29 de julho de 2014

Dia 46: 1966 - Herb Alpert Presents Sergio Mendes & Brasil '66 (Sérgio Mendes)


O Disco de Hoje é bossa nova do jeitinho que gringo gosta. Sérgio Mendes tentava emplacar a mistura de bossa nova e pop americano com uma banda só de brasileiros, o que não estava dando certo. Montou a banda Brasil '66 com duas cantoras e baixista americanos, com brasileiros apenas na percursão e bateria (óbvio), que explodiu imediatamente. Este é o primeiro album desta banda. Os arranjos muito bem feitos, com versões diferentes de clássicos da bossa nova, letras em inglês ou em português com sotaque gringo, fórmula infalível.

Começa com uma empolgante versão de "Mas que nada", realmente divertida no sotaque, principalmente para quem está acostumado com esta música no sotaque forçadíssimo do Jorge Ben nos anos iniciais da sua carreira. Do Jobim, "Samba de uma nota só" se transforma em "One Note Samba", misturada com "Spanish Flea" de Herb Alpert e ainda temos uma excelente "Água de Beber", linda demais. Do Vinicius e Baden, "Berimbau". Ainda temos "Day Tripper" dos Beatles, "Going out of my head" e  "The Joker" que são jóias raras.

Dá uma espiadinha aí no tubius, ou tenha em sua biblioteca mais um Disco de Hoje.

Dia 45: 2012 - 2 (Marginals)


A banda Marginals apresenta uma proposta de gravar as músicas do jeito como a coisa vai saindo. O clima de improviso e de naturalidade nas improvisações faz com que o disco "2" seja uma excelente escolha para o disco de hoje.

É um disco que frita um pouco o cérebro. Muita informação, mas com bastante critério, onde as distorções nos instrumentos (baixo e sopros), com samplers permeiam esse power trio jazz (baixo, bateria e sopros), encaixando a musicalidade em um disco onde suas músicas não parecem ter começo nem fim, mas apenas a continuidade.

Os "Marginals" mantêm viva a chama da música livre, inclusive na forma de divulgarem e distribuirem seus materiais. Dê uma conferida nos demais trabalhos autorais da banda! http://blogdomarginals.blogspot.com.br/

Se quer curtir o disco com qualidade, Baixe Aqui!


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dia 44: 2011 - Nó na orelha (Criolo)


O Disco de Hoje foi premiado de montão, recebendo da Rolling Stone o melhor disco de 2011 e a melhor música deste ano. Demorei um pouco para escutar com cuidado, com leveza, com vontade de gostar. Talvez porque eu não seja lá muito fã do gênero musical que está enquadrado (rap?). Mas "Nó na Orelha" um pouco de tudo, rap, brega, afrobeat e outros estilos para os classificadores de plantão. De rap mesmo, propriamente dito, temos apenas "Grajauex", "Sucrilhos" e "Lion Man".

"Não existe amor em SP", a música premiada (single) é lindona, música e letra, um soul do fundo da alma, violinos, arranjos bem cuidados. "Bogotá" lembra em ritmos e  sopros o Fela Kuti, que depois é reverenciado na letra de "Mariô", um afrobeat cheio de percursão e empolgante em parceria com o fenomenal Kiko Dinnuci, que já passou por aqui. Temos ainda "Samba Sambei", no estilo mais reggae/dub. Prá fechar, "Linha de Frente", um sambinha prá lá de bom.

Deguste aí ou adquira imediatamente O Disco de Hoje.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Dia 43: 2006 - Chico Correa & Eletronic band (Chico Correa)


O Disco de Hoje, segundo os entendidos, mistura rock, funk, bossa nova, baião, samba de coco, jaz, trip hop e dub, formando ritmos como o agrestewerk cangaço-gangsta e drum'n'roots, seja lá o que isso for... Só sei que foi um disco trabalhado por anos, com muito eletrônico, sopros, zabumba e um vocal feminino delicioso de uma tal de Kátia. Um som muito bom, que veio da Paraíba, deste garoto que se chamou de Chico Correa em homenagem ao grande Chick Corea, mestre e pioneiro das fusões.

Chama a minha atenção a música "Bossinha", "Terra", sax, tranquilidade, eletrônico, baixo e bateria bem marcados. A música que não quer sair do repeat é a excelente "Lele". "Baião Lo Fi" é exatamente o que o nome da música diz.

Enfim, impossível descrever em palavras estes sons. Segundo os próprios, "Chico Correa & Eletronic Band é a música nômade nordestina desta década, a viver de porta em porta com a mochila na mão."

Arnaldo, espero que este você não conheça...

Veja o lindo videoclipe de Lelê ou adquira imediatamente O Disco de Hoje.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Dia 42: 1975 (2011) - Dizzy Gillespie no Brasil (Dizzy Gillespie e Trio Mocotó)


O Disco de Hoje foi gravado em apenas 3 dias e ficou engavetado por quase 40 anos. Gravado em 1975, na vinda do gigante trompetista Dizzy Gillespie ao Brasil. Os músicos do Trio Mocotó foram convidados para a grande empreitada de acompanhá-lo. Para os que não conhece, o Trio Mocotó tem uma história de 50 anos de boa música, acompanharam e foram os principais responsáveis pelo lançamento e sucesso de  ninguém menos que Jorge Ben.

Bom, esta jóia ficou empoeirando por décadas, escutei pela primeira vez há pouco mais de um ano. Pauleira do começo ao fim. Vale lembrar que foi gravado em pouquíssimo tempo, sendo a gravação de algumas jam sessions, com muito improviso, mas jeito de disco muito trabalhado e ensaiado, exceto pela empolgação dos gritos dos músicos ao fim das músicas, percebendo que faziam uma jóia irrepetível.

A segunda faixa do álbum, "The Truth", tem um gingado tranquilo, com a guitarra e baixo dominando a melodia, muita percursão e o som inconfundível do trompete do Dizzy. "Dizzy's Shout" se aproxima da bossa nova no começo, mas sofre uma reviravolta nos seus últimos 3 minutos, virando um sambão porrada, quase rock. O disco é fechado com chave de ouro com "Rocking with Mocotó", com jeitão de escola de samba, cuica gritando, bumbão, o suingue dos brasileiros com o virtuosismo dos gringos.

Dá uma degustada aí no youtube ou adquira já o Disco de Hoje!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Dia 41: 2009 - Vagarosa (Céu)


Quando conheci a Céu, no seu primeiro album, de 2005, me apaixonei. Foi muito bom ver uma menina nova fazendo música boa e diferente. Demorou 4 longos anos para ela lançar O Disco de Hoje, o excelente "Vagarosa". Fazia tempo que eu pensava em promovê-la ao Disco de Hoje, sempre postergando por ouvir outras coisas. Desta vez não teve jeito, ouvimos este álbum em Macacos, fazendo pizzas, com crianças brincando na mata, papeando com um amigo das antigas, que definiu o álbum como uma obra-prima da MPB.

O vozeirão da Céu contrasta com sua aparência de menina. "Vagarosa" foi aclamado pela crítica internacional e ganhou um Grammy (se é que isto tem alguma importância). Tem 12 músicas dela, com parcerias com Fernando Catatau, Siba, Beto Villares, a filha do Itamar Assumpção, Anelis e Thalma de Freitas. As gravações ainda contam com participação de Luiz Melodia e Los Sebozos Postizos. 

Após um rápido prelúdio ("Sobre o amor e seu trabalho silencioso"), vem arrebentando com "Fiz minha casa no seu cangote" na segunda faixa ("Cangote"). Uma das minhas preferidas é "Bubuia" tem uma riqueza de sons, instrumentos e vozeirões femininos misturados. "Nascente" também é excelente, com o trompetista Guizado (excelente) gritando forte sobre o instrumental do Siba num funk jazz (se é que dar prá definir). "Vira Lata" tem o estilo inconfundível do grande Luiz Melodia, sambinha gostoso.

Ainda tem "Rosa Menina Rosa" do Jorge Ben, quase irreconhecível, numa versão prá lá de psicodélica. "Sonâmbulo" é definido (por aqueles que gostam de definir) como um afrobeat orgânico com estilo jamaicano (?!), com um refrão que não sai da cabeça: "é bom desconfiar dos bons elementos".

Vale muito a pena ter, baixar, ouvir e re-ouvir, de preferência com fones de ouvido, para atentar para os ricos detalhes. Adquira o Disco de Hoje ou ouça no tubius.


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Dia 40: 1993 - Nome (Arnaldo Antunes)

O Disco de Hoje é o primeiro do Arnaldo Antunes depois da sua saída dos Titãs, um dos mais estranhos e o meu preferido. Neste album, a receita já comentada aqui de uma música perturbadora seguida por uma relaxante é bem evidente. Este contraste entre as faixas faz com que as músicas calminhas, relaxantes (muitas delas com participação da Marisa Monte) fiquem ainda melhores. Para aqueles que quiserem misturar esta poesia e música com imagens, ainda tem o DVD Nome, lançado no mesmo ano, que coloca imagens

Neste disco, a poesia concreta musicada está presente, com temas simples utilizados de forma brilhante. Arnaldo Antunes é um gênio em suas letras e trocadilhos. Já na primeira faixa ("Fênis"), o ouvinte percebe que o Arnaldo não vai deixá-lo tranquilo, com uma respiração difícil, truncada, aliviada no último suspiro. "Nome" deixa claro que os nomes se dão, os nomes das coisas não são as coisas. "Tato" é uma aula de sexo ("velocidade se controla com respiração").

"Cultura" é super divertida, com umas tiradas ótimas do tipo "bactéria no meio é cultura", "o cavalo é pasto do carrapato", "engordar é a tarefa do porco" e "a cegonha é a girafa do ganso". "Carnaval" foi regravada em outros trabalhos do Arnaldo e utilizada em trilhas sonoras de filmes. "Entre", com a participação de Péricles Cavalcanti, é uma salada, cada verso como uma música diferente.

Ainda temos "Alta Noite", com Marisa Monte, piano de João Donato, numa versão maravilhosa, com a voz grave e desafinada ao seu modo do Arnaldo sempre incomodando no fundo da voz da Marisa Monte. Prá terminar o excelente album, tem "Agora", que fica por intermináveis 1 minuto e 20 segundos repetindo "já passou" de forma irritante, mas não passa nunca. Faz com que seja tão bom ouvir quanto terminar de ouvir.

Não deixe de abaixar O Disco de Hoje.
Aí em baixo uma amostrinha do DVD. 



sexta-feira, 11 de julho de 2014

Dia 39: 2003 - Composição (DonaZica)


Dona Zica é o som de hoje, com o disco independente "Composição" traz um som pra frente, que mistura samba com um monte de coisa e mantém ligações às raízes percussivas.


Hora chega a lembrar um Abujamra com suas verborragias cantaroladas e com tom crítico/satírico nas letras (O fio da comunicação, Protesto pessoal, 11.09, etc.)

A percussão forte e bem timbrada fazem a utilização de instrumentos como o xinelofone na faixa O Fio da comunicação (instrumento inventado pelo grupo Uakti - onde batucam canos de pvc com chinelos de borracha) de forma genial. Usam samplers e moduladores de frequencia para dar uma pitada a um som pra frente e dançante, junto com vozes bem trabalhados e sem deixar sobresair as melodias de flautas e saxofones.

Altos discos, Aproveite! dôLôDi Aqui.

O disco pode ser escutado aqui: musurl.com/VQmoY


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Dia 38: 2014 - Nação Zumbi (Nação Zumbi)


Depois de já ter passeado por aqui, o disco Nação Zumbi volta com novas canções. Foi lançado há pouco tempo, como se fosse um comemorativo de duas décadas do "Da Lama ao Caos" e depois de 12 anos de um disco com mesmo nome (?) Faltou ideia para esse de 2014, ou foi de propósito? Pra mim ele poderia se chamar PulsArte (fica meus 2 cents pra nação =D )

De qualquer forma, o disco mantém boas melodias na voz de Jorge Du Peixe, que antes parecia ser mais monotônico e com suingados menos agressivos quando comparados com os discos passados ("Futura" e "Fome de tudo").

Vem com participação de Marisa Monte na deliciosa faixa "A melhor hora da Praia", onde retribuem a parceria que o trio Pupillo (bateria), Lúcio Maia (guitarra) e Dengue (baixo) fizeram ao gravar e acompanhar a Marisa em seu disco (O Que Você Quer Saber de Verdade).

Disco gostoso de escutar!

Baixa aí

Escute na íntegra aqui: http://www.deezer.com/album/7752515

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Dia 37: 2006 - Calendário do Som (Itiberê Orquestra e Família)

O disco de hoje é sobre a metalinguagem musical, onde o baixista do grupo Hermeto Pascoal, Itiberê Zwarg, fez a gravação das músicas do livro escrito pelo mestre (Calendário do Som - que apresenta uma composição por dia, durante um ano). Viva o calendário do som!

O disco foi gravado com o seu grupo chamado "Itiberê Orquestra e Família" onde fazem gravações desde 2001, a exemplo do também genial disco Pedra do Espia.

O Calendário do som foi gravado em dois discos, (disco 1 e 2), escute e tire você mesmo suas conclusões.
Pra quem não é muito ligado à música instrumental, talvez seja necessário escutar mais de uma vez, para tentar sentir um pouco o som. Como o próprio Hermeto disse uma vez em um de seus shows:
"Escutem essa que eu vou fazer agora!"
"Mas não é escutar com os ouvidos, é escutar com a Alma!"
Atualmente o grupo chama-se Itiberê Zwarg e Grupo, mas mantém a mesma linha de musica brasileira instrumental e super bem arranjada, fazendo o que denominam a "prática da música universal" já bem apregoado pelo mestre e pode ser sumarizado pela sua companheira Aline Morena.


Aproveite o disco! ou faz um DôLôdi 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Dia 36: 2005 - Balancê (Sarah Tavares)



O Disco de Hoje abre uma exceção, sendo o primeiro disco não brasileiro do nosso internacionalmente conhecido blog. Mas a brasilidade musical da portuguesa descendente de caboverdianos é quase palpável. Além disto, nós conhecemos muito pouco (ou quase nada) da música dos nosso colonizadores, então fica esta dica. Conversando com um português há alguns anos, cheguei à conclusão que Portugal é hoje colônia cultural do Brasil. Eles assistem nossas excelentes (?!) novelas, escutam nossas músicas, lêem nossos livros, compreendem o português brasileiro com fluência (nós temos dificuldade de compreender o português lusitano falado). Da cultura portuguesa atual, nós só conhecemos Saramago.

É um disco tranquilo e muito alto astral. Muita influência africana, em suas percussões e nos dialetos que aparecem em várias ocasiões. Começa com a contagiante "Balancê", que dá nome ao Disco de Hoje. "One Love" é uma das minhas preferidas, uma declaração de amor em diversos idiomas. "Amar é" é profunda, arrepiante, violão, voz e percursão. Temos ainda algo de sambinha em "Planeta Sukri", com direito à cuíca.

Mais informações sobre esta negra linda no seu website.

Abaixe o Disco de Hoje e coloque uma boa dose de positive vibrations nos seus dias chuvosos (ou não).

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dia 35: 1976 - Casa Encantada (O Terço)


Esse disco é de um excelente rock brasileiro progressivo. Misturando o rock progressivo com música brasileira de forma bastante peculiar ainda durante a década de 70.

Muitos que gostam de O Terço, endeusam o disco Criaturas da Noite, que por um acaso da minha seleta, acabou não sendo o disco de hoje.

A Casa Encantada, não é um disco fácil de escutar, concordo! Mas como escuto ele há tempo, acho genial a mistura percussiva em toques ilustrativos, sem muitos tambores ou couros e lógico o teclado psicodélico nessa fase do Flávio Venturini.  A banda ao se aproximar de Sá e Guarabira, fundiram-se ao "Rock Rural", com algumas pitadas perceptíveis nesse disco. Em uma próxima postagem podemos falar mais disso, com verdadeiros representantes do tema.

Mas to falando isso tudo, por conta do disco de hoje. A banda resolveu morar em uma casa de fazenda, que chamavam de Casa Encantada. Lá foram compostas todas as músicas do disco, com arranjos de metais de Rogério Duprat e participações ilustres como a do flautista Cezar de Mercês na faixa "Casa Encantada". A banda tinha como representantes: Sérgio Hinds na guitarra, Magrão no baixo, Luiz Moreno na bateria e Fávio Venturini nos teclados. Flávio Venturini compôs outras diversas músicas que acabaram não entrando nesse disco, mas para quem quiser ir atrás vale à pena saciar a curiosidade.

A última faixa "Pássaro" ainda com participação de Sá Rodrix e Guarabira, fecha o disco com excelente bom tom.

Aproveita aí! ou pesca na rede!

terça-feira, 24 de junho de 2014

Dia 34: 1972 - Transa (Caetano Veloso)

É o disco de MPB mais rock n` roll de todos. Foi a frase do baixista do Festim Circense, meu amigo Alan Delay, ao ser apresentado a essa obra prima!

Caetano, durante seu exílio em Londres, aproveitou para pinçar as referências do rock e colocar rebeldia no seu saudosismo.
Em 1972 o disco foi lançado no Brasil, com um encarte muito doido, preto com vermelho e cheio de abas... Lembro de escutar esse disco a toda hora na casaberta, um sebo de Itajaí que trabalhei por bons anos quando muleque.

O disco é todo arranjado por Jards Macalé e mais uma galera, que deixam a psicodelia e o tom progressivo bastante evidente nas referências Brasil principalmente às da Bahia. As linhas de Baixo são geniais.

O disco começa com You don't know me, depois Nine Out of Ten, com um reggae-rock progressivo do começo ao fim. Depois segue para Triste Bahia, que vira uma quebradeira só. It's a long Way, Mora na Filosofia que foi composta por Monsueto Menezes e Arnaldo Passos) segue para Neolithic Man e termina com Nostalgia, onde a frase ressoa: "That's What Rock'n Roll Is All About".

escuta aí! ou adicione à coleção.

domingo, 22 de junho de 2014

Dia 33: 2007 - Satolep Sambatown (Vítor Ramil + Marcos Suzano)


Gaúchos e gaúchas de todas as querências, me desculpem, mas eu não sou muito fã do Vítor Ramil. Mas no Disco de Hoje, com a parceria com o grande percussionista Marcos Suzano, eles produziram uma obra prima. Na capa aparece Vitor Ramil + Marcos Suzano, mas eu acho que o operador matemático correto seria um exponencial, ou, no mínimo, multiplicação.

Todas as músicas são do Vítor Ramil, mas o Suzano coloca mais do que percussão na obra, coloca um contra-ponto, a contradição. Já no título temos um indicador desta a contradição: Satolep (Pelotas) Sambatown (Rio de Janeiro). Se apropriando das palavras de outro blogueiro, temos nesta obra o intimista e o expansivo. O frio e o calor. A poesia e o ritmo. A suavidade e a aspereza.

"Que horas não são?" conta com o vocal de Kátia B, linda e suave. Em "O copo e a tempestade" Suzano mostra a que veio, tocando seu instrumento predileto (pandeiro) de uma forma que só ele faz, com a técnica invertida. "12 segundos de oscuridad", com a participação do uruguaio Jorge Drexler, tem poesia muito interessante, e só com esta música fui perceber que não é a luz dos faróis que guia os navios, e sim o tempo que fica apagado, que é o que identifica o farol. "Café da manhã" é uma das minhas favoritas, fazendo poesia com coisas simples e corriqueiras, arranjos suaves, mas parece que vai explodir a qualquer momento.

Ouça uma provinha aí abaixo, ou abaixe o Disco de Hoje.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Dia 32: 2006 - Ao Vivo no Teatro Municipal (Alma do Gato)


Fazia bastante tempo que não ouvia o Alma do Gato, banda que foi crucial na minha trajetória e formação Cassineira. A banda de jazz fusionado a la brasileira tinha como coração os guitarristas Carlos Garcia (base) e Maurício Cunha (solo). Acompanhei a trajetória da banda desde os tempos em que se chamavam "Piranhas Verdes" (!?), com shows no extinto Floresta. Devo a eles o excepcional show que fez do meu casamento uma das melhores festas que o Cassino já viu.

No Disco de Hoje, eles estão muito bem acompanhados por dois grandes músicos riograndinos, Edinho Galhardi (bateria) e Gilnei Oliveira (baixo). Esta gravação ao vivo (o que traz alguns probleminhas técnicos de gravação) no Teatro Municipal de Rio Grande começa bem tranquila com "Só passando na chuva", vassourinha na bateria, guitarra solo bem limpinha (como marca do Maurício). Depois temos uma série de excelentes músicas compostas com inspiração em grandes nomes do jazz: "Miles", "Mr. Montgomery", "The Monks", "Bola Sete", "Sabog" (Gabor Szabo?). Uma história interessante sobre "Bola Sete" (uma das minhas preferidas, com seu ritmo todo quebrado) é que eu sempre gritava nos shows pedindo esta música, mas nem todos os bateristas podiam tocá-la.

"RS-734" mistura samba com viradas quebradas de jazz. Temos ainda "Joana", neste disco apenas instrumental, mas que tem uma letra muito divertida. Para fechar o show, temos a empolgante "Eric Blues", que faz o ouvinte voltar para casa, tranquilo, com a alma lavada de boa música.

Infelizmente, a banda foi extinta há alguns anos, deixando como legado algumas gravações de shows, na forma de audio e vídeo (DVD), bem difíceis (impossíveis!) de encontrar. Mas tenho a esperança de, quem sabe um dia, acontecer um "Reunion" do Alma do Gato...

Assista um pouquinho no tubius ou aprecie o Disco de Hoje. Ouça do começo ao fim!