O Disco de Hoje traz novamente o mestre Lenine, que parece cada vez mais engajado com a educação ambiental através da música. Temas que já apareciam com força no maravilhoso Labiata, são recorrentes em "Carbono", como poluição, derrames de óleo, incêndio, falta de água, aquecimento global. Então, mais um motivo para amar o Lenine, o engajamento. Outro motivo que para mim fica evidente no Disco de Hoje, a renovação a cada novo álbum, um Lenine sempre diferente, sempre moderno, sempre à frente.
Começo com "Cupim de ferro", a primeira composição conjunta entre Lenine e Nação Zumbi, uma belezura só. Composta em conjunto, traz os riffes e ritmo do Nação, letra e balanço do Lenine. Em entrevista, Lenine conta que perguntou como era o processo de criação do Nação, e se encaixou nele...
"Quem leva a vida sou eu", desconstrói "Deixa a vida me levar" do Zeca Pagodinho...
"Não deixo a vida me levar
Levo o que vale do viver
Um sorriso pleno, um amor sereno
E tudo o que o tempo me der"
"Castanho" abre o disco com uma viola, tranquila, bem arranjada. Quando vai pro rock, em "Grafite diamante" e "Undo" (excelente instrumental), vai com guitarras ainda mais pesadas do que em "Labiata". A guitarra e distorções talvez sejam uma marca da fusão Lenine/Tostoi, guitarrista, produtor e responsável pelos eletrônicos e sintetizadores de "Labiata", que acompanha Lenine há alguns anos...
Uma obra-prima "Quede Água", que explica tudo.
Uma obra-prima "Quede Água", que explica tudo.
"O lucro a curto prazo, o corte raso
O agrotóxico, o negócio
A grana a qualquer preço, petro-gaso
Carbo-combustível fóssil
O esgoto de carbono a céu aberto
Na atmosfera, no alto
O rio enterrado e encoberto
Por cimento e por aslfalto
Quede água? Quede água?"
Ouve aí e adquira já O Disco de Hoje.