Muito grato por ter sido apresentado ao Disco de Hoje, simples, bem feito, delicioso e cheio de amor, tipo almoço da vovó. Perotá Chingó nasceu de um encontro no mágico Cabo Polônio, um pequeno pueblo isolado por um extenso campo de dunas na costa do Uruguai. Lindo farol, lobos marinhos, pequenas casas (des)organizadas num formato quase circular semelhante ao de tribos indígenas.
Parece que o violão (Diego Cotelo) e a percussão (Martin Dacosta) tocam de forma cuidadosa, para complementarem suavemente as vozes das meninas (Maju e Dolo), com o instrumental se sobrepondo às vozes raríssimas vezes. Ainda tem barulhinhos orgânicos, sininhos, grilos, chuva, passos...
Capturaram o espírito de Cabo Polônio e o semeiam em suas músicas. Este espírito é quase palpável em "La Complicidad (Soy el Verbo)", versão da música da banda porto-riquenha "Cultura Profética". Ouvi a versão original, e não senti nada demais. Na voz das meninas do Perotá, a música ganha um sopro de vida e sentimento profundo. Se você está apaixonado (como eu), vai querer ouvir e re-ouvir esta música até não cansar.
Soy el verbo que da acción a una buena conversación
(...)
La complicidad es tanta que nuestras vibraciones se complementan
Lo que tienes me hace falta y lo que tengo te hace ser mas completa
La afinidad es tanta
Miro a tus ojos y ya se lo que piensas
Te quiero porque eres tantas cositas bellas
Que me hacen creer que soy
Do André Abujamra, que já apareceu aqui no Disco de Hoje, temos a belíssima "Alma não tem cor", que ficou famosa na voz do Chico César (que tem que pintar aqui um dia desses). Tem ainda as belíssimas "Rie Chinito" e "Seres Extraños", de autoria deles. No finalzinho do disco, temos ainda uma injeção de energia positiva em "Inca Yuyo", um eletrônico acústico que te faz querer sair correndo na chuva.
Ali no tubius você pode sentir o clima "tocando com (e para) amigos", tem vários outros vídeos ali.. Ouça no ixpótifai, ou adquira imediatamente O Disco de Hoje.
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