Gaúchos e gaúchas de todas as querências, me desculpem, mas eu não sou muito fã do Vítor Ramil. Mas no Disco de Hoje, com a parceria com o grande percussionista Marcos Suzano, eles produziram uma obra prima. Na capa aparece Vitor Ramil + Marcos Suzano, mas eu acho que o operador matemático correto seria um exponencial, ou, no mínimo, multiplicação.
Todas as músicas são do Vítor Ramil, mas o Suzano coloca mais do que percussão na obra, coloca um contra-ponto, a contradição. Já no título temos um indicador desta a contradição: Satolep (Pelotas) Sambatown (Rio de Janeiro). Se apropriando das palavras de outro blogueiro, temos nesta obra o intimista e o expansivo. O frio e o calor. A poesia e o ritmo. A suavidade e a aspereza.
"Que horas não são?" conta com o vocal de Kátia B, linda e suave. Em "O copo e a tempestade" Suzano mostra a que veio, tocando seu instrumento predileto (pandeiro) de uma forma que só ele faz, com a técnica invertida. "12 segundos de oscuridad", com a participação do uruguaio Jorge Drexler, tem poesia muito interessante, e só com esta música fui perceber que não é a luz dos faróis que guia os navios, e sim o tempo que fica apagado, que é o que identifica o farol. "Café da manhã" é uma das minhas favoritas, fazendo poesia com coisas simples e corriqueiras, arranjos suaves, mas parece que vai explodir a qualquer momento.
Ouça uma provinha aí abaixo, ou abaixe o Disco de Hoje.
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